Para muitos candidatos e eleitores a campanha eleitoral começa mesmo, para valer, quando tem início a propaganda eleitoral gratuita. É a partir dela que muitos eleitores definem seu candidato, por isso mesmo é nela que os partidos investem boa parte de suas fichas. No caso dos presidenciáveis pode parecer que a situação já está definida em favor da candidata Dilma Rousseff do PT, mas não é bem assim. Eleição não é partida de futebol, mas em ambos os casos o melhor nem sempre vence, zebras acontecem. Candidaturas quase vitoriosas já sofreram derrotas acachapantes por fazerem escolhas equivocadas em seus programas de rádio e televisão. Outras, quase perdidas, ganharam novo fôlego graças a abordagens mais eficientes aos olhos e ouvidos dos eleitores. Não é a toa que seu início é aguardado com esperança ou apreensão pelos candidatos, dependendo do lugar que ocupam nas pesquisas.
Para José Serra, do PSDB, é a hora do tudo ou nada. De franco favorito no início de 2010, disparado na dianteira, Serra agora luta para garantir pelo menos um segundo turno e assim manter alguma chance de virar o jogo. Já para Dilma Rousseff, que segundo as últimas pesquisas seria eleita no primeiro turno se as eleições fossem hoje, a grande preocupação é manter a posse da bola até o final da partida. Temos ainda a candidata do PV, Marina Silva, que, assim como Dilma, também foi Ministra do governo Lula. Suas chances de vitória são pequenas, mas seu desempenho no horário eleitoral, e nos debates, pode fazer a diferença entre uma definição no primeiro ou no segundo turno. Há mais candidados, como o Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL, também ex-PT, mas com pouquíssimas chances de influênciar o resultado das eleições.
Pois é, temos ainda os debates. Não estou convencido do quanto eles influenciam na decisão do eleitor, mas têm seu peso, com certeza. Para quem já definiu o voto há tempos, como eu, resta o clima de torcida. Em futebol dizem que um pouco de sofrimento confere mais tempero à emoção do jogo. No esporte eu até concordo, mas no caso dessas eleições, se não dá para esperar uma campanha tranquila, prefiro que pelo menos não haja surpresas.